Aperto de mão: tipos, importância e como passar confiança com o seu!
Em 30 segundos! O aperto de mão tem quase 5 mil anos de história como um gesto de confiança. Ele significa a suspensão do perigo e um símbolo de compromisso e paz. É por isso que é feito com a mão direita, pois era o lado que empunhávamos armas. Essa mão, quando livre, representava o selar de uma nova aliança. Hoje, ele ainda tem grande importância, principalmente nos negócios. Todavia, quando mal executado ele pode transparecer sua ansiedade, desconforto e possível baixa autoestima. Portanto, próxima vez que você cumprimentar alguém, honre a história desse gesto e passe confiança!
Um aperto de mão é crítico se você quer ser visto como uma pessoa carismática e é um dos principais pontos na hora de causar sua primeira impressão.
Ele é de fato um passo sério na construção da intimidade com o outro. O contato físico envolvido requer que a barreira do espaço pessoal seja suspensa, mesmo que apenas por um momento. Portanto, requer confiança. Se a confiança for validada (o handshake vai bem), o primeiro passo para um bom relacionamento está dado.
Um exemplo do impacto dessa construção de confiança foi da escolha que um dos CEO da Fortune 500 fez quando teve que escolher entre dois candidatos com qualificações semelhantes. Ele deu a posição ao candidato com o melhor aperto de mão. Parece extremo, né? Talvez, mas especialistas em gestão da Universidade de Iowa, analisando interações em entrevistas de emprego, declararam que os apertos de mão são "mais importantes do que a amabilidade, a conscienciosidade e o neuroticismo", três dos cinco grandes fatores da nossa personalidade descritos em uma vertente da psicologia. [1]
Quando analisamos como o aperto de mão surgiu e porque foi criado, dá para entender o impacto que ele tem em passar essa confiança ao outro.
A origem do aperto de mão
Esse gesto de saudação tem seus primeiros registros datando cerca de 2800 a.C., em culturas egípcias. Um aperto de mão significava a concessão de poder de um deus a um governante terrestre. Isso se reflete no verbo egípcio "dar", cujo hieróglifo que o representava era a imagem de uma mão estendida.
E essa crença esteve presente por séculos! Inclusive, na Babilônia, por volta de 1800 a.C., era necessário que o rei apertasse, anualmente, as mãos da estátua de Marduk, a divindade padroeira da cidade. Esse evento recorrente se tornou presente em todas as festividades anuais exatamente para garantir ao governante poder para governar por mais um ano. [2]
A cerimônia era tão persuasiva que mesmo quando os assírios derrotaram e ocuparam a cidade da Babilônia, os reis assírios subsequentes sentiram-se obrigados a adotar o ritual.
Todavia, a representação mais antiga de um aperto de mão entre duas pessoas, é do século IX a.C. Onde o rei assírio Shalmaneser III cumprimentou um governante babilônico para selar uma aliança.
E não parou por aí. Durante toda nossa história continuamos vendo representações e referências de cenas com apertos de mãos. O próprio poeta Homero descreveu esses gestos várias vezes em sua obras “Ilíada” e “Odisséia”, quase sempre em relação a promessas e demonstrações de confiança.
Outras aplicações desse gesto foram nos séculos IV e V a.C. em artes funerárias gregas. As lápides costumavam representar a pessoa falecida apertando a mão de um membro de sua família, significando uma despedida final ou até mesmo o vínculo eterno entre os vivos e os mortos.
Séculos depois, na Roma antiga, o aperto de mão evoluiu. Na época era frequentemente usado como símbolo de amizade e lealdade. Pares de mãos entrelaçadas chegaram a aparecer até em moedas romanas. E, foram esses mesmos romanos que levaram o aperto de mão para outro nível...
Se você notar, todas as representações dos apertos de mãos são sempre feitas com nossa mão direita. Isso acontece porque normalmente era a mão que empunhava as armas. Apertar a mão direita simbolizava uma suspensão do perigo, mostrando que a mão da arma do saudador estava desarmada. Ou seja, espertos são os canhotos que podiam se aproveitar disso.
Inclusive, alguns acreditam que não é tão comum vermos mulheres apertando as mãos como forma de cumprimento, exatamente porque não eram elas as que costumavam carregar armas pra cima e pra baixo. Essa herança acabou sendo recorrente entre nós homens.
Não acabou por aí... Ainda na Roma antiga, o aperto de mão se tornou, na verdade, um aperto de braço. Cada homem ao cumprimentar segurava logo abaixo do cotovelo do outro. Esse gesto proporcionava uma oportunidade melhor de sentir as possíveis adagas escondidas nas mangas. Pouco depois os cavaleiros medievais tomaram precauções ainda mais severas, adicionando uma leve chacoalhada no final do aperto de mãos para desalojar quaisquer armas escondidas, e assim nasceu o aperto de mão que tanto conhecemos.
Tipos de aperto de mão
Existem inúmeros apertos de mãos e variações. Antes de vermos o melhor deles, vamos passar pelos 5 principais que você deve evitar.
1. O peixe morto
Esse é provavelmente o pior de todos. Você já deve ter encontrado alguém com esse tipo. Ele te estendeu uma mão mole e sem vida. Não fez força, simplesmente encostou a palma da mão na sua. Normalmente esse tipo de cumprimento indica baixa autoestima e insegurança.
2. O esmagador de ossos
Esse, por outro lado, exagera na força podendo até machucar a mão da outra pessoa. Quem faz isso geralmente quer se impor na marra, mostrando ser alguém que nem sempre é. Ou então quer se mostrar no controle da situação.
Mas, claro, pode ser também porque a pessoa não tem noção de sua força.
3. O dominador
Nesse caso, a mão é estendida com a palma para baixo, talvez transmitindo a intenção de ter domínio sobre o outro.
Uma maneira de sair dessa é você repousar sua mão esquerda sobre a mão direita dele, durante o aperto de mãos. Mas, ele ainda terá uma mão livre para fazer o mesmo. Não pense que isso é um jogo para ver quem ganha. Na prática não tem importância se uma pessoa te cumprimentar assim. Não quer dizer que você sairá perdendo. Muito pelo contrário, o fundamental aqui é ter ciência dos estilos de apertos de mãos para conseguir fazer uma leitura rápida de quem está do outro lado e suas possíveis intenções.
4. O torção
Este é como o anterior mas se inicia com a mão, inocentemente, perpendicular ao chão. Apenas se torce assim que o aperto é iniciado para ganhar a vantagem.
5. O ambidestro
Fecharemos esta lista com o aperto de mão clássico feito com ambas as mãos. Neste caso, você sentirá a mão esquerda de seu parceiro trabalhando, cobrindo sua mão direita, pulso, braço, ombro ou até mesmo no seu pescoço. É também conhecido como o aperto de mão do político, o que dá uma ideia do tom que ele pode ter.
A única exceção aqui é quando a pessoa que você está cumprimentando já é um bom amigo. Nesse caso o aperto de mão pode ter um sinal carinhoso. Mesmo assim, eu reservaria para momentos em que você deseja transmitir um calor especial, usando-o com moderação.
O aperto de mão ideal
Na próxima vez que você for encontrar alguém, lembre-se desses 5 passos para o aperto de mão perfeito. Ele deve ter um só objetivo: passar confiança. Confiança em si mesmo e de que você é confiável.
- Certifique-se de que sua mão direita está livre. Evite segurar uma bebida com ela, especialmente se for uma bebida fria e se souber que em breve vai cumprimentar alguém. É desconfortável o aperto se sua mão está suada, molhada ou fria.
- Antes de apertar a mão de alguém, seja você homem ou mulher, levante-se se estiver sentado. E mantenha as mãos fora do bolso. Olhe no olho e sorria calorosamente, por um breve momento.
- Mantenha a mão perfeitamente perpendicular, nem dominante (palma para baixo) nem submissa (palma para cima). Abra bem o espaço entre o polegar e o indicador, mantendo a palma da mão plana (não em concha).
- Tente envolver seus dedos na mão de seu parceiro, escalando-os um por um. Assim que o contato total for feito, trave o polegar e aperte com firmeza, quase com a mesma força quanto seu parceiro.
- Agora é só sacudir para ver se ele não está escondendo nenhuma adaga. Só lembre-se de fazê-lo com o cotovelo e não com o pulso.