Os 5 vilões do carisma!
Em 30 segundos! Fatores externos podem impactar no nosso carisma. Alguns podem ser evitados e remediados. Podemos dividi-los em 5 grandes vilões do carisma: desconforto físico, ansiedade por incertezas, comparação, autocrítica e sensação de incapacidade. Para contorná-los, técnicas como transferência de responsabilidade e até mesmo autoflagelação, podem ser úteis.
Carisma não é algo inato. Ele pode ser desenvolvido. Agora, aparentar ser carismático 100% do tempo é difícil, pois não depende só de nós mesmos. Ignorar que existem fatores externos que podem influenciar negativamente no nosso carisma é a displicência. Quer ver um exemplo? Lembre-se da última reunião ou encontro que você foi onde estava quente demais e você ficou suando, se sentindo sujo e com calor. Como você manteve seu nível de carisma em uma situação dessas? Hoje vamos explicar os 5 maiores vilões do carisma e como, na medida do possível, contorná-los.
1. Desconforto físico
O desconforto físico envolve desde sentir calor, frio, uma luz forte na sua cara, até uma camisa apertada ou uma calça caindo.
Resolver esses problemas é mais simples do que parece. Consiste em 3 etapas:
- Prevenir
- Reconhecer
- Remediar ou explicar
Prevenção
Sempre que possível, planeje com antecedência seus eventos. Isto é, quando for marcar a próxima reunião ou encontro, se faça as seguintes 3 perguntas:
- Qual a temperatura daquele ambiente? É muito frio ou faz calor? Venta bastante? Vista-se de acordo.
- Qual o nível de ruído do local? Quero ter uma conversa mais calma e silenciosa? Algo mais a dois? Leve isso em consideração para não precisar ficar falando alto pra ser ouvido.
- Quanto tempo ficarei sem comer até o horário do encontro e quanto pode durar em média esse encontro ou reunião? Certifique-se de que você estará bem alimentado e não se deixe (ou seus convidados, se você for o anfitrião) ficar com muita fome. Pense em seu nível de energia e no nível de energia das pessoas com quem você estará interagindo.
Reconheça ou identifique
Caso a prevenção não seja suficiente e o plano não saia de acordo, é hora de identificar o impacto disso na sua linguagem corporal. Verifique seu rosto de vez em quando, observe se ele está tenso. É aqui que o pilar da presença te ajudará: quanto mais presente você estiver, melhores serão suas chances de perceber se sua linguagem corporal está demonstrando essa tensão.
Seguem alguns sinais de tensão na sua linguagem corporal:
- Olhos mais abertos e rígidos. Se você sentir tensão ao redor dos olhos, tente relaxá-los.
- Inquietações físicas. Ficar levantando e andando de um lado para o outro. Mexendo os dedos, mudando de posição, cruzando e descruzando as pernas. Até mesmo pegando algum item como uma caneta ou talher e reorganizando coisas na mesa. Isso tudo só passa uma mensagem: estou ansioso, olha como não tenho confiança.
Procure manter a calma e relaxar os músculos.
Remediar ou explicar
A terceira etapa é agir. Se você perceber que algo criou tensão em seu rosto, faça algo a respeito. Antes que outros interpretem mal, tente remediar tanto o desconforto quanto a interpretação incorreta.
Suponhamos que logo o restaurante que você escolheu pra encontrar com um possível cliente lotou naquele determinado dia. Filas cheias, aquele tanto de gente, calor insuportável. Depois de identificar que isso não vai pra frente, sugira: "vamos para outro lugar?". Não tenha medo de mudar de planos e tomar essas atitudes. Muitas vezes é isso que o outro também está querendo, mas não se manifesta. Assim você evitará interpretar mal algumas expressões faciais que podiam ser apenas desconforto ou impaciência com o lugar e não com o negócio que você quer fechar, por exemplo.
"Não encontro defeitos. Encontro soluções. Qualquer um sabe queixar-se." Henry Ford
2. Ansiedade causada por incertezas
Como disse no texto dos 4 estilos de carisma, nós, seres humanos, não lidamos bem com incertezas. É por isso que muitos de nós estamos sempre em busca de algo para se agarrar. E é aí que uma pessoa carismática e visionária traz seguidores para perto. Vendendo um futuro ideal e acolhedor.
Nossa inabilidade de tolerar incertezas carrega consigo diversos custos:
- - Tomamos decisões prematuras. Isso pode afetar uma negociação, quando revelamos mais do que deveríamos.
- - Ficamos ansiosos para saber o resultado. O que atrapalha diretamente nosso carisma, uma vez que ansiedade é aquilo que nos tira do nosso estado de presença e foco. Além do que, é o responsável por jogar nossa confiança lá pra baixo!
Ansiedade quanto a incertezas é, sem dúvida, um legado dos nossos queridos ancestrais. Tendemos a ficar mais confortáveis com o que é familiar, que obviamente ainda não nos matou, do que com o que é desconhecido ou incerto, que pode ser perigoso. Mas aprender a lidar com essa ansiedade é fundamental. Não só porque aumenta nosso nível de carisma, mas porque a habilidade de sentir-se confortável com a ambiguidade é um dos maiores predecessores de sucesso nos negócios.
Transfira a responsabilidade!
A técnica mais eficaz para aliviar o desconforto da incerteza é a transferência de responsabilidade. Em situações incertas, o que realmente queremos saber é se as coisas, de alguma forma, vão funcionar bem. Se pudéssemos ter certeza de que as coisas vão dar certo, que tudo será cuidado, a incerteza produziria muito menos ansiedade.
Eu particularmente não creio em divindades e não tem problema. Religioso ou não, considere que pode haver uma entidade e confie a ela todas as preocupações de sua mente. O Universo, Deus, Goku, chame como quiser. Na realidade, pouco importa quem seja: o motivo pelo qual essa técnica funciona é que, quando apresentado a um cenário, a primeira reação do nosso cérebro é considerá-lo possível.
Nossos cérebros são programados primeiro para entender, depois para acreditar e, por último, para descrer. Visto que a descrença requer esforço cognitivo adicional, obtemos os efeitos fisiológicos primeiro. E, embora essa crença possa durar apenas um breve momento, é o suficiente para produzir uma garantia emocional e física, que pode mudar nossos padrões de pensamento, bem como ajudar a aliviar os sentimentos desconfortáveis.
Nossa linguagem corporal responde bem antes que a descrença cognitiva surja.
A transferência de responsabilidade não elimina a incerteza (o resultado permanece incerto). Em vez disso, torna a incerteza menos desconfortável.
O efeito placebo funciona mesmo quando sabemos que estamos nos enganando, talvez graças a esse atraso cognitivo natural na descrença.
Use isso ao seu favor!
3. Insatisfação causada pela comparação
O terceiro vilão do carisma é se comparar. O próprio ato de comparar e avaliar atrapalha nossa capacidade de estarmos totalmente presentes, que já sabemos é o primeiro e principal pilar de uma pessoa carismática. E, quando a comparação gera uma avaliação negativa, isso nos abala facilmente. Ficamos insatisfeitos, sentimos inveja ou até mesmo ressentimento.
Como essa tendência de comparar está profundamente arraigada em nossos cérebros, tentar combatê-la pode exigir muito esforço. Em vez disso, observe quando você está fazendo comparações e use a técnica de transferência de responsabilidade para aliviar qualquer desconforto interno que isso possa ter causado. Ou então, mais simples ainda, procure tornar a comparação para si mesmo. Se comparar e ver sua evolução é sempre benéfico. Na natação brincamos que quem olha para o lado, perde a corrida. E realmente toma tempo e energia.
Claro, um certo nível de comparação é necessário, se não ficamos alheios ao resto do mundo. Comparar é importante para certas tomadas de decisão. O foco aqui é evitar cenários de comparação quando você está em ambientes onde o seu carisma deve estar no pico!
4. Autocrítica
Poucas coisas afetam profundamente o desempenho das pessoas como a maneira que elas se sentem sobre si mesmas. Não é à toa que a doença do século é a depressão e vemos diversas ações sobre a importância da autoconfiança para o nosso bem-estar.
A autocrítica tem um impacto severo na nossa saúde mental, e claro, o seu carisma também sofre com ela. Digamos que você esteja em uma conversa. Você diz algo e imediatamente pensa: Nossa, que coisa estúpida que eu falei. O que vai acontecer com seu rosto? Você vai se estremecer com esse pensamento e sua expressão vai ficar tensa...
Como sair disso? Existem inúmeras maneiras. Nesse caso, uma maneira é a autoflagelação. Assuma o quão patético foi aquilo e faça piada de si mesmo. Depois que você já fez essa piada, ela não tem mais graça se outra pessoa fizer. Além do que, uma pessoa que tem coragem de assumir alguns erros e abraçá-los com humor, é quase sempre vista como autoconfiante.
Se no caso a autocrítica for de algo mais sério e não apenas uma frase inoportuna que saiu sem querer, se permita recomeçar.
"Não é bom pensar que amanhã é um novo dia sem erros ainda?" L.M. Montgomery
5. Sensação de incapacidade
Essa sensação vem sempre de uma falta de autoconfiança na nossa habilidade de sermos eficazes em algo. Duvidamos da nossa capacidade de fazer algo ou de aprender a fazer. Pior, tememos que haja algo essencial que nos falta, algo necessário, mas inalcançável, e que simplesmente não somos bons o suficiente.
Sabe o que é mais interessante? Essa sensação, muitas vezes conhecida como síndrome do impostor, é mais comum em pessoas de alta performance.
Driblar essa dúvida interna não é fácil! Em momentos que nosso carisma pode ser nosso braço direito, quando esse pensamento "será que sou capaz?" domina nossos pensares, toda nossa linguagem corporal positiva e aberta vai embora.
Mas, não se culpe! Esses sentimentos difíceis que experimentamos são um subproduto natural de um de nossos mecanismos de sobrevivência mais úteis. A negatividade existe para estimulá-lo a agir, para resolver o problema ou sair da situação. Sentimentos como medo ou ansiedade têm o objetivo de levá-lo a fazer algo. Eles são desconfortáveis porque foram "projetados" para serem desconfortáveis.
Então, lembre-se do propósito da reunião e do encontro que você está e deixe a negatividade pra outra hora!
"Não vale a pena ter liberdade se não incluir a liberdade de cometer erros." Gandhi